terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma nova forma de fazer e ver a Democracia (supostamente o governo do povo)

Segundo artigo da jornalista, Ana Paula Correia, do Jornal de Negócios intitulado "José Sócrates promete diálogo para governar quatro anos". Eis a nova fórmula encontrada por Sócrates para aguentar quatro anos com a sua maioria relativa, na Assembleia da República. Leia a notícia, aqui e na sua íntegra.
"Diálogo; entendimento; compromisso. São três novas palavras do léxico de José Sócrates.
O ensaio desse novo discurso começou ontem, à saída do Palácio de Belém, após ter sido indigitado para primeiro-ministro pelo presidente da República.
É com esta nova atitude, a fazer lembrar António Guterres, em 1995, quando iniciou um período de governação socialista com maioria relativa, que o actual líder do PS pretende conseguir convencer os partidos da Oposição a garantirem estabilidade a um Governo de legislatura completa.
"Quero assegurar-vos que a minha vontade é estabelecer um quadro de diálogo político que permita ao país ter a consciência de que necessita ter um Governo de quatro anos, estável, que responda aos problemas dos país".
Assim falou aos jornalistas, já na qualidade de primeiro-ministro indigitado, no final de uma reunião de cerca de 50 minutos com Cavaco Silva.
Tinha chegado à Presidência da República uma vez mais sozinho e atrasado. Passavam dez minutos da hora marcada, 11 horas, quando entrou para audiência. Com um ar solene.
O primeiro passo prático para demonstrar essa vontade de dialogar e de estabelecer compromissos passa por ouvir os partidos da Oposição. Um promessa que fez na noite de 27 de Setembro, quando soube que perdera a maioria absoluta para governar sem parceiros, e que será cumprida esta semana. A esta diligência Sócrates chamou-lhe "um gesto de aproximação e um gesto de diálogo". E espera o mesmo tipo de atitude do outro lado da mesa das conversações. Se houver possibilidade de entendimento, outras reuniões se seguirão.
É nesse sentido que lança um desafio à Oposição, ao dizer que quer saber dos dirigentes partidários "da disponibilidade para darem um contributo para a governabilidade e para a resolução dos problemas do país". Sem assumir preferência pela Direita ou pela Esquerda. A resposta da Oposição está reservada para as conversas em S.Bento. Só Marcelo Rebelo de Sousa já disse ontem, citado pela Lusa, não fazer "o mínimo de sentido" rejeitar o programa do Governo ou o Orçamento de Estado.
"Não parto para esse diálogo com preconceitos ou com a intenção de apenas encenar o diálogo. Parto com a vontade de estabelecer um diálogo com todos os partidos. Acho que esse é o meu dever. Não se parte para o diálogo impondo condições, com reserva mental ou com preconceitos". Neste "novo clima político", como designa os novos tempos, Sócrates insiste em garantir que parte para o diálogo "com o espírito aberto e com o coração limpo".
O indigitado não quis comprometer-se com cenários, nem com prazos, mas admitiu ter pressa para começar a governar.
"Não podemos ter atitudes precipitadas porque o Governo precisa de ser feito depressa e bem", ou sejam, num "compromisso entre a pressa e a qualidade política".

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