segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ou Sócrates ou Manuela Ferreira Leite a 27 de Setembro de 2009

Segundo o Público, edição de 14 de Setembro de 2009, apresenta como título o seguinte: "“A escolha é entre Sócrates e a outra senhora”, diz João Soares", no âmbito da campanha do PS para as legislativas.
Acresce a notícia que "João Soares levou Faro ao rubro com algumas das mais picantes referências a Manuela Ferreira Leite já feitas nesta campanha.“Por muito respeito que se tenha por Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, os dois verdadeiros candidatos são José Sócrates e a 'outra senhora’”, afirmou o cabeça de lista do distrito no comício da cidade.
Em duas palavras, João Soares resumia aquilo que José Sócrates vinha dizendo de várias maneiras: “visão retrógrada, passadista, conservadora” entre tantas outras referências ao tempo do Estado Novo. “A outra senhora” bastou para situar a crítica. Mas João Soares não se ficou por aqui. “Não aceito lições de patriotismo bacoco” de alguém que “dois anos depois de ser ministra das Finanças foi trabalhar ao serviço de um banco espanhol”, uma referência ao cargo de administradora não executiva que Manuela Ferreira Leite assumiu no Banco Santander.
O ex-adversário de Sócrates ainda tinha mais uma farpa para a líder do PSD: “Eles falam de asfixia democrática mas depois afastam os seus adversários internos”. O dia acabava como tinha começado, com provas de coesão interna. De manhã, a Lusa noticiou que Manuel Alegre entra na campanha, prometendo aparecer no comício de sábado em Coimbra.
À noite, João Soares, que disputou com Sócrates e Alegre a liderança do PS em 2004, rendeu-se às virtudes do secretário-geral e do seu governo. “José Sócrates e a sua equipa, a nossa equipa, deu provas de coragem, inteligência e determinação”, afirmou, classificando de “hercúleo” o trabalho que “José Sócrates conduziu” ao longo destes quatro anos.Embalado pelo tom de João Soares, o líder do PS puxou pelos galões da obra feita e voltou a zurzir em Ferreira Leite por causa do TGV. “Nós não queremos ficar orgulhosamente sós, porque sabemos o que isso significa: isolamento, atraso e subdesenvolvimento”, disse. E rejeitou a ideia dos “que se julgam mais patriotas que os outros”. “A pré-campanha começou com os cabo-verdianos e os ucranianos, agora vieram os espanhóis. O que mais nos reservará a dra. Manuela Ferreira Leite?”, atirou Sócrates.
Perante uma sala repleta e entusiasmada, Sócrates desafiou a sua principal adversária a apresentar propostas para o país: “Por favor, dê uma boa razão para que se vote no PSD”. Um repto que já lançara à hora do almoço em Beja, onde respondeu ao argumento da independência económica para suspender o projecto do TGV. “Independência económica só significa isolamento económico, pobreza, atraso”, afirmou. “Isto significa uma visão retrógrada e passadista”, frisou. Para Sócrates, “acabou o tempo do Portugal atrasado”.
“Queremos um país com futuro e com ambição”, repetiu. Ao fim da tarde, já em Faro, José Sócrates visitou duas instituições particulares de solidariedade social (IPSS) – Refúgio Aboim Ascensão e Casa dos Rapazes -, onde falou do Estado Providência e da necessidade de fazer parcerias com as estruturas existentes no terreno. Por duas razões: “Porque se trata de uma gestão mais próxima, mais eficaz, e porque exige um pouco mais que meros funcionários, exige amor e humanidade”. E deixou uma meta para o próximo governo: criar uma rede pública de creches com as IPSS."

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