domingo, 6 de dezembro de 2009

O dia em que te esqueci, de Margarida Rebelo Pinto


A escritora Margarida Rebelo Pinto não pára de nos surpreender pelo seu tipo de escrita já bem sobejamente conhecido do nosso público-leitor, através de Eu sei lá até Diário da tua ausência ,foi um caminho literário sempre em ascensão. Desta vez e para este Natal, onde a crise entrará inevitavelmente na casa de todos nós e de todas as famílias, eis que chega ao circuito livreiro mais uma publicação desta encantadora escritora de amores conturbados e até de amores ainda por perceber, cujo nome é "O dia em que te esqueci", pelas mãos da editora, Oficina do livro. Mais uma sugestão natalícia, que não pode, nem deve, ser descurada, especialmente nos tempos que correm...

Lanço-lhe, aqui, um excerto para despertar o seu apetite voraz de leitura:

"Há momentos em que todos sonhamos com uma outra espécie de amor, livre e leve, mas todos sabemos que não são essas as premissas do verdadeiro amor. Somos todos prisioneiros de um sonho ou de uma realidade, no fundo, nunca somos livres. É provável que tenha germinado aí uma propensão apocalíptica para amores impossíveis. Cada vez que me apaixonava era por um rapaz que vivia noutro país ou que não gostava o suficiente de mim para me fazer feliz, ou ambas as coisas. Tornou-se essa a minha trágica expertie, ludibriar a viabilidade no amor, transformando-o intangíel na realidade, reduzindo-o ao seu poder inspirador para sonhos e escritos, que são afinal a mesma coisa.

Amar sem esperar reciprocidade é uma doença silenciosa e traiçoeira como o cancro; quando damos por issso, o mal causado já se espalhou de tal forma que não é possível escapar. Eu escapei. Escapei ao fim de de vinte longos anos de calvário auto-infligido, e é também por isso que te escrevo, porque tu foste a minha última miragem, o derradeiro de todos os cavaleiros andantes, porventura o mais belo, construído pela minha paixão obstinada em perseguir um ideal, e seguramente o mais fraco quando, por fim, te consegui ver sem ser em cima do cavalo."pp.21-22

Depois desta leitura, talvez o seu coração acorde para o Natal, ou ainda, acabe a ler alguns excertos à sua cara-metade junto à lareira...

Adeus e boas leituras é o que efectivamente lhe desejo para este Natal.

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